Depois do vídeo – que reuniu atores globais como Juliana Paes, Maytê Proença, e Ary Fontoura, entre outros, pedindo uma reflexão mais séria sobre a usina de Belo Monte, no Pará, e a interrupção de sua construção – representantes do movimento Gota D’água foram recebidos na última terça-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, pelos ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Izabela Teixeira (Meio Ambiente) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).
Após a reunião, o ator e um dos fundadores do movimento Gota D'Água, Sérgio Marone, contou que Carvalho disse ser "impossível" parar a construção da hidrelétrica. "Dizem que parar Belo Monte é impossível, que o governo precisa de energia". Mas Marone afirmou que "estudos em andamento" poderão mostrar que, com a mesma verba, pode-se "encontrar uma alternativa à hidrelétrica".
Os representantes do movimento vão se encontrar novamente com os ministros em fevereiro, segundo afirmaram, para uma reunião de perfil mais técnico. "Essa foi apenas uma conversa inicial", disse Maria Paula Fernandes, uma das fundadoras do Gota D'Água.
Apesar da posição firme do ministro de que não voltará atrás no projeto da usina, Maria Paula disse que o importante é que o movimento conseguiu "sensibilizar" a sociedade e o governo.
"Esse é nosso papel. Suscitar o debate", afirmou. Além do Gota D’Água, representantes do movimento Xingu Vivo também participaram da reunião.
Só para lembrar, a hidrelétrica de Belo Monte ocupará parte da área de cinco municípios: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, todos no Pará. A obra custará pelo menos R$ 25 bilhões, segundo a Norte Energia. Há estimativas de que o custo chegue a R$ 30 bilhões. Trata-se de uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras do governo federal.
Apesar de ter capacidade para gerar 11.200 MW de energia, Belo Monte não deve operar com essa potência. Segundo o governo, a potência máxima só poderá ser obtida em tempo de cheia.
Na seca, a geração pode ficar abaixo de 1.000 MW. A energia média assegurada é de 4.500 MW. Para críticos da obra, o custo-benefício não compensa. O governo contesta e diz que a geração menor evita um alagamento maior e que a energia é fundamental para o País.
Acesse o site: www.gotadagua.com.br
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